Felicito os Estados Unidos pela vitória do Baraka Obama. Acho que, mais que os Estados Unidos, é o mundo que sai a ganhar. Toda a gente gosta de atacar os EUA mas mais uma vez este país da liberdade deu uma chapada de luva branca ao mundo, e o mundo pula e avança mais um pouco. Sim, um preto também pode ganhar. E ganhou mesmo! Digam-me um país ocidental onde tal podia acontecer? Obama ganhou por aquilo que ele representa, e que ele, sagazmente, soube explorar, o desejo de uma mudança profunda. Aqui começa o século XXI!
Agora é dar tempo ao tempo e ver do que o homem é capaz, se não o matarem entretanto. Como já disse há tempos, não acredito em salvadores do mundo, mas tenho esperança que Baraka Obama faça pontes (expressão que ele tanto gosta de utilizar ) com o mundo. O homem tem o poder da oratória; soa muito melhor dizer «fazer pontes» do que «fazer ligações». A retórica não tem que ser necessariamente uma coisa má. É uma arma que nasceu na democracia e para a democracia. Uma verdade bem dita não é mais que o uso correcto das regras da retórica. Além disso «fazer pontes» implica o princípio da inclusão em detrimento do princípio da exclusão. Se este princípio for aplicado não se trata de retórica, mas de soprepor a retorica à verdade. Não sei , o homem o dirá. Toda a gente irá estar mais atenta do que nunca aos Estados Unidos, esse máquina de propaganda infernal!
Deixo aqui um vídeo na mesma onda dos outros que coloquei quando falei do Obama. Até podemos achar que nada vai mudar, mas gostamos de acreditar que algo vai mudar. Foi este o segredo da vitória. Dedico este vídeo à minha professora de música do 5º ou 6º ano de ciclo quando andava na Santa Clara e nos punha a cantar esta letra com ela ao piano e nos dizia sucessivamente «mais uma vez, mais uma vez!». Não me recordo do nome da senhora, nem se ainda é viva, porque já tinha alguma idade na altura. Na altura achávamos todos que a professora era chanfrada, era sempre a mesma coisa: ela ao piano e nós a cantar «imagine all the people....» .